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Fórum Inclusivo discute políticas públicas para pessoas com deficiência no Centro de Maricá

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Políticas Inclusivas, promoveu nesta quarta-feira (21/09) o primeiro Fórum Inclusivo para Pessoas com Deficiência e Familiares em espaço erguido na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro. O evento, realizado em comemoração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, contou com palestras e debates sobre a Lei Brasileira de Inclusão, com apresentação do coral do programa Cultura de Direitos, além de um ‘espaço kids’ voltado para crianças que teve a presença de monitores do Centro de Referência em Políticas Inclusivas.

Durante as palestras, a advogada Luciene Mourão contou a história da luta pelos direitos das pessoas com deficiência desde a época da escravidão. Já o psicólogo e neurocientista Alan Christi Vieira abordou o tema “Que inclusão queremos na Educação?”. Na mesa de abertura, todos os integrantes se apresentaram com uso de audiodescrição, recurso utilizado para traduzir imagens e ações em palavras, permitindo a pessoas com deficiência visual a compreensão de fotos, vídeos, filmes, peças de teatro, entre outros, e está cada vez mais presente na exibição de filmes e séries na TV e na Internet. O secretário Clauder Peres se disse emocionado e lembrou de quando ele se tornou um pessoa com deficiência.

“Estou nessa condição há cinco anos e posso dizer que é difícil ficar invisível; e é para pessoas invisíveis que nós trabalhamos”, afirmou ele, ao dizer que criou uma comissão permanente para organizar os próximos fóruns inclusivos. “Essa é uma discussão que nunca se esgota e que nós queremos promover, aproximando também as pessoas com deficiência e seus familiares”, projeta o secretário.

Entre os membros da mesa diretora estava o presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência de Maricá, Renê Lazzari, que disse que há discursos sobre o tema que precisam ser desconstruídos. “Essa ideia de que ‘não adianta’ e que ‘nada vai mudar’ quando se fala em políticas de inclusão precisa cair logo. É necessária a união de todos os setores em busca de um ideal de inclusão”, destacou.

A subsecretária de Políticas Inclusivas, Fernanda Spitz, falou da importância da presença da família junto a essas pessoas. “Sou familiar de uma pessoa com deficiência que já faleceu, mas que me fez conviver com o meio da reabilitação. Quando fui secretária de Saúde, trouxe para a pasta a discussão sobre as PcD, e hoje temos uma secretaria dedicada a elas. Ousamos desafiar a estrutura e tivemos todo o suporte do prefeito Fabiano Horta nesse projeto”, lembrou ela.

Uma exposição de equipamentos para pessoas com deficiência foi montada pelo Instituto Nacional de Tecnologia – órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – que mantém um laboratório de biomecânica na Casa do Autista de Maricá, no Parque Nanci. Diversos itens foram exibidos, como um andador feito de bambu e partes metálicas, cadeiras de rodas adaptadas para diferentes usos e um tipo de colete para alinhar o tronco do paciente.

A responsável pelo espaço, a pesquisadora Carla Guimarães, afirmou que, nos últimos anos, a cidade avançou de forma significativa na busca por adequações para melhor atender as pessoas com deficiência. “Só o fato de ter uma secretaria na estrutura do governo voltada para o tema já é importante, por chamar a atenção sobre a necessidade dessas pessoas. A cidade avançou, mas é fundamental que os diferentes setores se relacionem e busquem soluções, e eu vejo esse esforço aqui”, observou.


Foto: Katito Carvalho

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