O Pelicano de Strindberg entra em Cartaz no Centro do RJ

O Pelicano está sendo dirigido pelo diretor carioca, Marcelo de Barros, fundador da Cia. Teatro Arte Dramática (CTAD) e narra um jogo atraente e raro onde, August Strindberg explora temas como a fraude e culpa, revelando as escuras e fascinantes motivações humanas, recriadas pelo diretor de forma mais contemporânea.



Strindberg recorre a um dos artifícios mais clássicos no teatro, o da carta desavinda – a do pai, já morto, a qual abre a verdade, a semente de todo o mal: acossada por dívidas, o que leva a família à ruína. A necessidade leva mãe, filho, filha, genro e governanta a perambularem pelos corredores da casa remoendo suas angústias, passando humilhações, vexames, privações, fazendo revelações escandalosas e ouvindo insultos uns dos outros. Elise (Vera Monteiro) resolve favorecer o casamento da filha Gerda (Kim Kamberlly) com Axel (leo Arena), um dos seus credores. A estranha tensão entre Elise e Axel não se resolve, mas torna-se clara a raiz da sensual ligação entre genro e sogra, e é Axel quem compõe o seráfico poema acerca do Pelicano, a hipnótica fábula em torno da mãe, Elise, a quem dedica os versos, em comovido envio durante o seu próprio casamento com Gerda. No final das contas, Fredrik (Bruno Araújo) revela à irmã, com a sua crescente alienação, que sua mãe é amante de seu marido. Explicada a ruindade passada, invertem-se as armas do combate, e é a tirania da filha, a castigar a passada exploração da progenitora. Curiosamente, o despotismo que cresce célere na claustrofobia familiar, estende-se ao Genro, que, também ele, calca aos pés aquela que funcionara como mera alavanca para a sua ambição.
As peças de Strindberg descem ao abismo, afundam-se nos poços negros da injustiça, nas vagas inclementes do sofrimento, sangue a pulsar nas veias, movimento da vida. Pessimismo? Mais do que isso, sem dúvida. No elenco: Vera Monteiro, Bruno Araújo, Kim Kamberlly, Leo Arena e Ana Hayss. A Peça ficará em cartaz no Teatro Gonzaguinha todos os sábados de Abril e Maio sempre às 20:00. 
 O Dramaturgo, escritor e diretor Marcelo de Barros é fundador da Companhia Teatro Arte Dramática, criada em 1996, possui em seu currículo mais de 18 peças como diretor no Brasil, mais de 9 peças escritas e de 27 peças montadas, foi Diretor e produtor do 1º Festival de Teatro do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. Ministra também Palestras sobre Teatro, importância da História Teatral e Interpretação Stanislavskiana em escolas e cursos. Foi professor de interpretação em projetos sociais, e do Curso de Interpretação Russa no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. Com dois textos traduzidos e encenados na França, recebeu uma carta oficial do presidente francês reconhecendo sua divulgação da mártir "Joana D'Arc", nome de uma das peças e que inclusive a outra, "Madame Satã", ficou em cartaz por mais de dois anos em Paris.

Mais informações pelo telefone (21) 8603-8660 ou no site www.ctad.com.br. A peça pode ser conferida por todas as idades. O ingresso será R$ 20,00 (pagamento em dinheiro), estudantes e idosos pagam meia. O espetáculo será realizado de nove de Abril a vinte e oito de Maio, somente aos sábados às 20h00 e a duração é de aproximadamente oitenta minutos. O Teatro Gonzaguinha fica localizado dentro de Centro de Artes Calouste Gulbenkian, na Rua Benedito Hipólito, 125,  centro do Rio de Janeiro, e tem capacidade para 150 pessoas com estacionamento no local. O Telefone para contato é (21) 8603-8660.

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