Marcelo Matos presidirá subcomissão que irá acompanhar usinas nucleares

Prioridade é com segurança e rotas de evacuação da população em caso de acidente

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 6 de abril, requerimento do deputado Marcelo Matos (PDT-RJ) propondo a criação de uma subcomissão para verificar as condições de segurança das usinas nucleares Angra 1 e 2, incluindo os planos de evacuação em casos de emergência e rotas de fuga. A subcomissão, que será presidida pelo próprio Marcelo Matos, também terá a função de acompanhar a urgência da duplicação da BR-101 e a construção da Usina Angra 3.
 No encaminhamento da votação de seu requerimento, o deputado lembrou que as usinas nucleares são importantes fontes de geração de energia, tanto no Brasil como no mundo, embora não sejam as únicas fontes. Citou ainda que, modernamente, estuda-se e defende-se a utilização de fontes alternativas de energia. “Mas a questão principal, hoje, é que face à recente catástrofe que vitimou o Japão, com reflexos na Usina Nuclear de Fukushima, o mais importante não é questionar a existência ou não das usinas nucleares, mas, sim, avaliar os sistemas de segurança vigentes, tanto em países com elevado grau de desenvolvimento tecnológico como no Brasil”, declara.
 O deputado considera fundamental acompanhar as condições de segurança das usinas existentes, bem como monitorar os projetos de novas usinas, de modo que a opção pelo uso da energia nuclear seja a mais adequada possível. Ele chamou a atenção, principalmente, para a urgente necessidade de duplicação da BR-101 (antiga Rio-Santos). “Quando se fala em segurança das usinas nucleares no Brasil, há que se pensar que a estrada que dá acesso ao Rio de Janeiro, na região de Angra dos Reis, principalmente o trecho que vai de Itacuruçá a Parati, está em péssimas condições”.
 Citando diversas reportagens que apontam para a questão, Matos lembrou que o jornal O Globo, na edição de 4 de abril, menciona que a região prevista para a Usina Angra 3 sofre fortes chuvas e está sujeita a deslizamentos. Em casos como estes, diz a reportagem, “a rota principal de fuga, a Rio-Santos, geralmente é interditada. Se houver acidentes, será preciso retirar 170 mil pessoas”. O mesmo O Globo, em 28 de março, apresentou outra reportagem citando estudo que prevê novos ancoradouros para retirar moradores de Angra dos Reis em caso de acidente nuclear. A matéria é completada na edição de 31 de março, com informações de que a Eletronuclear admite, no entanto, ainda não haver fonte de recursos para as obras de construção de quatro piers, orçados em mais de 49 milhões de reais, ancoradouros estes que permitiriam executar planos de evacuação emergenciais por via marítima.
 O deputado também citou reportagem divulgada em março pelo site IG - Último Segundo, mostrando que a BR 101 é o principal problema para a execução de um plano de fuga em caso de acidente na região: as pistas são irregulares, estreitas, sem iluminação e com deslizamentos de terras constantes que acarretam interdições ao longo da estrada e atrapalham qualquer plano de emergência, como se queixam moradores e reforçam especialistas.
 “Todas essas informações vão ao encontro da nossa principal preocupação: a população. Deus nos livre de um acidente nuclear, mas temos que estar atentos. A duplicação da estrada está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Por isso, queremos reforçar os pedidos ao governo para acelerar as obras na BR-101”, afirma o deputado.

Assessora do deputado

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