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Personalidades negras de Maricá recebem comenda Domício da Gama em Araçatiba

O 1º Fórum de Comunicação e Consciência Negra, promovido no dia 26/11, pelo Grupo de Artistas de Maricá (GAM) com apoio da Prefeitura, homenageou personalidades de destaque no enfrentamento ao racismo na cidade com a comenda Domício da Gama. Exposição, exibição de vídeos e uma roda de conversa com alguns dos homenageados marcaram o evento que aconteceu em Araçatiba e teve o apoio da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher.

O nome da comenda também é uma homenagem ao jornalista e diplomata negro, nascido em Maricá no século 19. Entre os agraciados estavam os jornalistas Paulo Celestino e Izabel Oliveira, a advogada Luciene Mourão, o fotógrafo Paulo Polônio, a professora Márcia Passos e a ativista da União de Negras e Negros pela Igualdade em Maricá (UNEGRO), Nilcéia Nascimento. Todos participaram da roda de conversa mediada pela coordenadora pedagógica do coletivo Afroencantamento, Sandra Gurgel.

“Todo mundo que recebe a comenda hoje é gente que tem trabalhos no enfrentamento do racismo. Não é fácil falar sobre isso numa estrutura branca de sociedade que temos, mas trabalhar as relações raciais é uma coisa importante para a cidade”, afirmou Sandra Gurgel.

Presidente do GAM, Alessandra Lambraki falou sobre a exposição montada na sede da entidade. “Este é um evento sobre a liberdade de expressão dos negros e sobre os negros. Aqui temos obras deles retratando sua representatividade”, disse.

Comenda Domício da Gama

A entrega da comenda Domício da Gama foi realizada numa tenda montada na grama da orla, próximo ao GAM. Durante a roda de conversa, cada um dos participantes teve um minuto para uma fala e era saudado pelo toque de atabaques. A roda foi marcada pelo desabafo de Nilcéia Nascimento sobre o descaso de muita gente sobre a causa da negritude.

“Não aguento mais ter de explicar para os brancos a importância da nossa luta, estou cansada mesmo! Parem de perguntar e busquem a nossa história para nos entender, entender o que é o racismo que, segundo a estatística, não existe no Brasil porque ninguém aqui se declara racista, mas isso é só um número que não reflete a realidade”, afirmou a ativista.


Foto: Evelen Gouvêa

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