Caminho Niemeyer vai ficar pronto até o final de 2012

As formas curvas dos últimos monumentos que integram o complexo de obras projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer na cidade – o Caminho Niemeyer – devem começar a ganhar o concreto armado, em breve. A expectativa do prefeito Jorge Roberto Silveira é de que as obras sejam concluídas até o final do ano que vem. Pouquíssimo dinheiro público investido no Teatro Popular vai retornar.
Segundo Jorge Roberto, ainda esta semana deve ser dada a largada para o processo de licitação da Torre Panorâmica, de 60 metros com restaurante e mirante no topo. A obra está orçada em cerca de R$ 20 milhões, sendo 60% dos recursos disponibilizados pelo Ministério do Turismo e o restante pelo Governo do Estado, que também será responsável pela execução da obra.
Outro plano que será priorizado juntamente ao complexo arquitetônico é o novo projeto urbanístico viário. Segundo o chefe do Executivo municipal, haverá um planejamento urbano com a integração do Caminho ao Centro da cidade, inclusive com uma ligação da Ponte Rio-Niterói direto para a grande praça, onde fica o Teatro Popular, em linha reta; da Avenida Amaral Peixoto também dará para ir direto ao local. E, para conciliar o crescimento turístico e, consequentemente, o aumento da circulação de veículos na cidade, com o dia a dia de quem vive em Niterói, alguns dos ícones do Caminho Niemeyer, mesmo os que já estão prontos e passam apenas por reformas, só devem ser abertos ou reabertos ao público após algumas dessas mudanças no complexo viário.
"Vamos ter uma série de acessos, pois há essa preocupação em facilitar o ir e vir das pessoas na cidade. Eu tenho esperanças de terminar isso tudo nesse mandato. O que está faltando agora é a torre, que a gente espera semana que vem já ter aí um início do processo de licitação; e o Centro de Convenções, que é uma coisa também extremamente importante para Niterói porque, hoje, no Rio de Janeiro, só existem dois centros de convenções, um é muito distante, que é o Riocentro, e outro é muito feio, que é o da Cidade Nova. E nós vamos ter aqui um tremendo Centro de Convenções em um dos lugares mais bonitos do mundo, que é a beira da Baía de Guanabara, e com um acesso muito fácil porque vai ficar próximo ao maior terminal intermodal da América Latina”, comenta, acrescentando que, apenas a estação da Linha 3 do metrô não deverá ficar pronta a tempo, pois depende de outros fatores.

Via 100 – Também é previsto um novo planejamento viário próximo aos campi da Universidade Federal Fluminense (UFF), na orla da cidade, com a criação da Via Orla e da Via 100. Para isso, segundo o prefeito, o terreno da Concha Acústica, que a princípio será transformada em uma Arena Multiuso, será integrado à área da universidade.
“Toda aquela região vai ter que ser repensada. E nós já estamos com um entendimento com a universidade (UFF) para rever todo o sistema viário daquela área. Nós queremos rever o sistema para que beneficie a cidade e diminua o impacto das obras que a UFF está fazendo naquela região, porque as unidades, os prédios que estão sendo construídos, vão atender a mais 10 mil alunos e, consequentemente, o impacto viário, o impacto de vizinhança vai ser muito grande. Mas nós não queremos que a UFF tenha um prejuízo de área, então nós vamos juntar a área da Concha Acústica com a área do Campus da Universidade e pensar aquilo tudo como uma fórmula só, uma fórmula única, que seja uma coisa integrada”.

Orçamento – De acordo com o prefeito, o Centro de Convenções e o Terminal ainda dependem de um projeto executivo mais detalhado (incluindo, por exemplo, as partes elétrica e hidráulica) para a abertura da licitação para construção. No entanto, ele acredita que essas obras deverão custar em torno de R$ 45 milhões e R$ 100 milhões, respectivamente. Mas Jorge Roberto enfatiza que todo o investimento é de terceiros.
“Desde o início de todo esse processo, desde que idealizei o Caminho, há 14 anos, a gente fez questão de construir tudo aquilo sem o dinheiro, sem o recurso da prefeitura, porque é uma obra extremamente cara e o ideal é que nós não investíssemos nenhum dinheiro municipal. E isso tem sido feito com muito sucesso. Por exemplo, a Fundação Oscar Niemeyer foi bancada uma parte pela Barcas S/A e outra pela Caixa Econômica; a Torre Panorâmica vai ser bancada pelo Ministério do Turismo e pelo Governo do Estado; o Museu do Cinema foi pela Petrobras”, conta.
O prefeito diz, ainda, que tem a intenção de abrir concorrência para a exploração de alguns espaços como o Teatro, o Museu do Cinema e o Terminal. De acordo com Jorge Roberto, a ideia é que, no Teatro Popular, por exemplo, um dos poucos monumentos onde houve investimento municipal, a exploração do espaço permita o retorno desse recurso.
“O investimento de dinheiro municipal foi basicamente no Teatro Popular, mas esses recursos vão voltar com a exploração do espaço. Vai haver um processo de concessão do teatro para ser uma coisa profissional. Niterói não pode mais ter essa coisa de amadorismo, tem que ser uma coisa realmente de peso, de porte. Então a empresa que vier a assumir a responsabilidade da programação vai ter que, evidentemente, pagar aluguel à prefeitura e com isso o município vai ser ressarcido”.

Museu – O Museu do Cinema que, segundo o prefeito, deve ser concluído em até três meses, também deverá ser explorado por uma empresa.
“Vamos fazer uma concorrência para uma empresa explorar o museu, as salas de cinema, porque isso tem que ser uma coisa de profissional, e explorar cinemas não é uma coisa que a prefeitura sabe fazer. Mas a prefeitura, evidentemente, além de ter esse equipamento pertencendo ao município, vai ter lucro com o Centro Petrobras de Cinema”, explica.

Capela – O Caminho Niemeyer é composto hoje pelo Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC), a estação de catamarãs de Charitas, a Praça JK; o Teatro Popular, o Memorial Roberto Silveira, a Fundação Oscar Niemeyer, o Museu do Cinema; a Torre Panorâmica; o Centro de Convenções; e o Terminal Intermodal, que abrigará plataformas de ônibus, barcas e metrô. Como parte do Caminho, é prevista ainda a construção de uma Capela Flutuante, dedicada a Nossa Senhora do Líbano.
“A capela faz parte do projeto original, mas como é uma intervenção pouco menor que as outras, estamos privilegiando, dando maior foco às intervenções maiores e mais caras. Depois que estas estiverem prontas, ela vai ser a cereja do bolo. Ela vai abrigar uma grande escultura de Niemeyer”.




O FLUMINENSE

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