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Polícia investiga o 'sumiço' de corpo de bebê que morreu em hospital



O delegado titular da 76ª DP (Niterói), Nilton Silva, disse suspeitar que o desaparecimento do corpo de um bebê do necrotério do Hospital das Clínicas de Niterói (HCN), no Centro, tenha ocorrido por negligência. Ele trabalha, ainda, com a possibilidade de ocultação do cadáver para pesquisa, estudo ou magia negra.
Os pais de Isabel Martins, que morreu após nascer prematuramente, na quinta-feira, contaram que só ficaram sabendo do desaparecimento no sábado, ao tentar encaminhar o corpo ao Cemitério de Maricá, onde moram.
Segundo o delegado, as hipóteses de sequestro e tráfico de órgãos foram descartadas. Os pais da criança e funcionários do hospital foram ouvidos na segunda-feira. Membros da diretoria do HCN vão depor na terça-feira.
“Se a principal suspeita for confirmada, a de que houve negligência e, por algum motivo qualquer, o corpo sumiu no meio das roupas que vão para a lavanderia ou foi para o lixo, as investigações recaem para a responsabilidade civil. Caso seja comprovado que o corpo foi raptado, a responsabilidade de ocultação de cadáver é criminal”, explicou.
Responsáveis prestaram depoimento na segunda-feira à noite- Os pais da menina Isabel prestaram depoimento na 76ª DP, no Centro de Niterói, na noite desta segunda-feira. O comerciante Rodrigo Martins, de 30 anos, contou quais foram os passos dados por ele desde o momento que chegou ao hospital para fazer o resgate do corpo da filha.
“Cheguei ao hospital às 17h30 para resgatar o corpo de minha filha, mas as informações que me passaram sobre a demora era que isso fazia parte do procedimento de liberação do corpo. Até que não aguentei e fiquei muito nervoso, nesse momento, a diretora do hospital veio falar comigo dizendo que ou a minha filha já havia seguido para uma funerária ou que o corpo dela poderia estar na lavanderia, junto com o lençóis. Logo depois, nenhuma dessas informações foram confirmadas.”, desabafou o pai revoltado.
Rodrigo afirmou que eles agora querem justiça. “Queremos saber o que aconteceu com o corpo e que o responsável seja punido.”
Já a mãe de Isabel, a assistente administrativa Natália Paes, de 30, disse que o hospital a informou do sumiço por telefone, enquanto ela aguardava o corpo da filha para ser velado, no cemitério. A notícia teria sido dada quatro horas após os pais solicitarem a liberação do corpo para o enterro.
“Temos o sonho de formar uma família e, por complicações no parto, esse sonho foi interrompido. Uma coisa é aceitar a morte da nossa filha, a outra é aceitar que sumiram com o corpo dela”.

Unidade se manifesta sobre o caso

O Hospital de Clínicas de Niterói (HCN) ratifica seu compromisso de não envidar esforços para apurar com o máximo rigor as circunstâncias que envolveram o desaparecimento da recém-nascida (prematura extrema de 490g) do seu morgue – espécie de necrotério hospitalar, dia 29 de setembro.
Além de denunciar o episódio no mesmo dia (29) – Registro de Ocorrência de Nº 076-07092/2011, 76ª Delegacia de Polícia – o HCN instaurou uma sindicância interna, composta por oito membros do hospital, das seguintes áreas: direção, UTI Neonatal, atendimento, governança, enfermagem e engenharia.
A comissão já está ouvindo os funcionários com acesso ao morgue; entrando em contato com as funerárias que utilizaram o local (durante os dois dias que o corpo da recém-nascida ficou no morgue, a espera do sepultamento), entre outras ações. A previsão é que até o dia 17/10/2011, esteja finalizado o relatório completo da sindicância interna.
O hospital também disponibilizou seu advogado criminal, dr. Marcos Figueiredo para acompanhar o caso e colaborar com as investigações policiais. “Estamos analisando os filmes do circuito interno de tevê, próximo ao local, para colaborar ao máximo com as investigações das autoridades. E, hoje já finalizamos a instalação das câmaras no morgue e no corredor de acesso”, enfatizou Figueiredo.
Vale ressaltar que em 20 anos de história de prestação de serviços de saúde, o HCN nunca registrou nenhum fato semelhante. Pois, além do extremo compromisso com a vida humana, o hospital tem um grande respeito pela finitude da vida, quando esta ocorre.
Além de lamentar profundamente o ocorrido, a direção do hospital se solidariza com a família e se coloca inteiramente á disposição dela a fim de colaborar com quaisquer necessidades nesse momento de dor.


## Nota da editora ## Imaginem se os pais moradores de Maricá, tivessem a criança no hospital do município, e acontecesse o mesmo. O quê a oposição do governo atual não diria?
Aos familiares da crianças meus sentimentos!



O Fluminense


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