Líder do tráfico em Itaboraí e Maricá é preso no Rio

De gerente das bocas de fumo em comunidades de Itaboraí e Maricá a um dos principais chefes do tráfico da facção criminosa Comando Vermelho (CV), Marcelo da Silva Soares, o Macarrão ou Cazuza, 40 anos, foi preso por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) dentro das instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Complexo de Manguinhos, Zona Norte do Rio, na manhã de ontem.
Contra o acusado havia 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça – três deles pela comarca de Itaboraí: um por tráfico de drogas, um por homicídio e outro por tentativa de homicídio. Ele também acumula 17 anotações criminais.
De acordo com a polícia, Macarrão é apontado como o chefão do pó na Rua Cem, em Itaboraí, e nos morros da Cocadinha e do Clan, em Maricá, além de liderar o tráfico em favelas cariocas, como o Complexo do Alemão, o Morro do Juramento, ambos na Zona Norte do Rio, e na Favela do Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, considerada seu principal reduto.

Lucros - Respeitado pela cúpula do CV, ele ainda seria o responsável pela arrecadação mensal dos lucros obtidos nas bocas de fumo de todo o Estado – a chamada ‘caixinha’ da facção –, que financia as ações criminosas do grupo e o sustento de seus integrantes na cadeia.

Além de Macarrão – que é irmão de Marcos Aurélio da Silva Soares, o Cocadinha, considerado o maior traficante da história de Maricá –, foram presas outras quatro importantes lideranças do CV: Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Sousa, o Magno da Mangueira; Jorge Alexandre Cândido Maria, o Sombra, braço-direito de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar; Rodrigo Barbosa Marinho, o Rolinha ou Titio, e Renato Souza Lopes, o Ratinho.
Na ação, denominada ‘De Volta às Grades’, os agentes ainda apreenderam um fuzil AK-47, quatro pistolas, R$ 53,7 mil provenientes da arrecadação de um dia da venda de drogas na comunidade do Mandela, além de rádios transmissores e carregadores para pistola.

Transferência - A chefe de Polícia Civil, delegada Marta Rocha, informou que a Secretaria de Segurança Pública do Estado está se articulando para conseguir a transferência dos cinco traficantes presos para presídios federais.

Presos em carro da Fiocruz

A delegada da DPCA, Valéria de Aragão, disse que as investigações iniciaram há um mês, a partir das ações desencadeadas pela especializada para combater a venda de crack e o envolvimento de menores no consumo da droga no Complexo de Manguinhos, que se tornou quartel-general do CV, após a ocupação policial do Complexo do Alemão, em novembro do ano passado, e do Morro da Mangueira, em junho desse ano.

Prótese - Durante a operação no conjunto de favelas da zona norte, Macarrão abandonou a prótese de uma perna, que foi apreendida pela polícia.
“Começamos a monitorar os traficantes e tivemos a informação de que o grupo se escondia de operações policiais no interior da Fiocruz. Descobrimos que eles contavam com a ajuda de um funcionário para entrar e se esconder na fundação”, comentou a delegada.
O funcionário, identificado apenas como Marcelo Cardoso, que trabalhava como auxiliar técnico da fundação, foi preso pelos agentes, em companhia dos traficantes, dirigindo um Palio Weekend com adesivo da Fiocruz.

O São Gonçalo

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