Português: idioma oficial do mundo

Um grupo de Niterói com integrantes do Rotary, da Academia de Letras e da Universidade de Terceira Idade está programando levar até a Organização das Nações Unidas (ONU) um memorial oficializando a Língua Portuguesa como um dos idiomas oficiais mundiais, ao lado do árabe, inglês, francês e russo. O documento deverá ser protocolado no dia 27 de maio e será levado até Nova York, onde fica a sede da ONU.
“A União Europeia já reconheceu a importância da nossa língua, agora queremos que a ONU faça o mesmo. Para se ter uma ideia, cerca de 260 milhões de pessoas se expressam no idioma português. Essa língua possui uma importante presença sociocultural e geopolítica em várias nações de todos os continentes, sendo a quinta mais falada no mundo. Acho que teremos sucesso nessa questão, pois nossos argumentos são muito sólidos”, afirma Waldenir de Bragança, secretário da Academia Brasileira Rotária de Letras.

Escola – A universalização da língua foi facilitada após o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 2008, que objetiva acabar com as diferenças entre o português escrito no Brasil e em outros países que têm o mesmo idioma pátrio. Porém, as mudanças vêm causando dificuldades na vida escolar.
O Acordo Ortográfico é apontado como responsável pela queda das notas da disciplina, a mais baixa entre todas do Enem 2010. O fato está preocupando professores, para quem as novas regras estariam complicando o aprendizado da ortografia e podem influenciar no resultado dos alunos nas provas.
Apesar de o documento ter entrado em vigor em 2009, os brasileiros só serão obrigados a utilizar as novas regras a partir de janeiro de 2013. Até lá, as duas normas ortográficas, a atual e a prevista no acordo, poderão ser usadas e aceitas como corretas nas provas escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos.
Entre as mudanças ocasionadas pela reforma ortográfica, está o fim do trema, as alterações da forma de acentuar palavras com ditongos abertos e que sejam hiatos, supressão dos acentos diferenciais e dos acentos tônicos, novas regras para o emprego do hífen e inclusão das letras w, k e y no idioma.
De acordo com o professor Ernani Pimentel, idealizador do Movimento Acordar Melhor, as novas regras de ortografia não favorecem o aprendizado da língua, por gerar confusões. “As mudanças que foram feitas são ilógicas, sendo algumas desnecessárias enquanto muitas ficaram sem ser feitas”, polemiza o especialista.
Alunos têm dificuldades para assimilar o recente acordo

Para a escritora e professora da Universidade Federal Fluminense Cyana Leahy-Dios, o acordo ortográfico não vai melhorar em nada o ensino da gramática.
“É um absurdo você reprovar um aluno porque ele não sabe colocar um acento ou um hífen. Ninguém sabe explicar realmente as regras da ortografia, e agora esse acordo cria ainda mais confusão”, afirma a professora, em uma crítica também aos métodos de ensino.
Mas não são apenas os professores que estão receosos com a mudança gramatical. Alunos que irão fazer as provas do vestibular nos próximos anos temem que a nota em Língua Portuguesa fique abaixo do esperado, devido à dificuldade em assimilar as novas regras de ortografia.
“É difícil se acostumar com essas novas regras. A gente passa anos aprendendo uma coisa de um jeito e, de repente, tem que desaprender. Achei esse acordo meio desnecessário, acho que ele vai me atrapalhar quando for fazer a prova de vestibular”, teme a estudante do 1° ano, Maurina Couri, de 15 anos.
A novidade também assusta a estudante Raquel Caetano, de 16 anos. “É uma maneira diferente de aprender, acaba complicando um pouco. A gente começou a estudar essas novas regras no ano retrasado, e eu ainda tenho um pouco de dificuldade de aprender essa questão do hífen e do acento. É chato porque eu demorei a aprender a regra antiga e agora mudou tudo. Sendo que os alunos que fazem vestibular agora estão confusos permeando entre as novas e as antigas regras”, reclama a aluna do 1° ano.
A assessoria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que a última prova do Enem foi baseada no acordo ortográfico, mas as novas regras não foram cobradas dos alunos, pois não havia nenhuma questão que tivesse relação direta com as modificações.
A coordenadoria da Universidade Federal Fluminense (UFF) afirmou também que as novas regras não estão sendo avaliadas, já que o prazo para adequação das instituições de ensino é até 2013. Os alunos que fizerem as provas de vestibular poderão optar por utilizá-las ou não. O novo acordo deverá ser aplicado nas provas no vestibular de 2014.

O Fluminense

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