O jornal Extra conta um pouco da vida de Veronica a Loira Fatal

Verônica Verone de Paiva cresceu numa casa de três pisos em Itaipuaçu, Maricá, com os pais e uma irmã mais velha. Mas não costumava sair nos mesmos lugares frequentados pelas pessoas que moram ali. A garota, que diz ter Síndrome do Pânico e tomar remédios com pontualidade, se empolgava ao falar de música eletrônica e das festas rave no Rio.
Com a morte do pai, no ano passado, a situação financeira da família piorou. E Verônica, que estudava num colégio particular, foi obrigada a se transferir para a Escola Municipal João Monteiro no começo deste ano.
Aluna da turma 831, do 9º ano, Verônica sentava na primeira fila. Carregava o rótulo de "patricinha" por se vestir bem. Na turma, também ganhou o apelido de Loura da Lapa, por gostar de sair à noite no Rio. Mas chamava mais a atenção pela beleza do que por qualquer outra coisa.
— Todo mundo olhava. Desde o porteiro até o motorista do ônibus. Loura, com o maior corpão... Quem não iria olhar? — conta uma colega, de 16 anos.
O namoro com o empresário Fábio Gabriel Rodrigues, de 33 anos, não era novidade. Numa ocasião, ele chegou a buscá-la na saída da escola, dando carona a uma colega, que o chamava de “tio Fábio”, pela amizade que o empresário tinha com o pai da garota.
Segundo duas amigas dela, o relacionamento era aprovado pela mãe da estudante, que só a deixava sair se fosse com o namorado. A loura passou a mentir que sairia com Fábio para ir a outras festas. Há duas semanas, ele teria flagrado Verônica aos beijos com outro garoto, e queixou-se com a mãe da jovem.
A estudante, que gostava de fumar, beber vodka e jogar sinuca nos fins de semana, segundo amigos, era conhecida como uma pessoa alegre, de quem poderia se esperar quase tudo. Menos que se envolvesse num assassinato.

Extra On-Line

## Nota da Editora ## Há muitas controvérsias cada um conta um conto, até a própria Veronica, não sabe o que diz.


Crime no motel: Loura Fatal tinha namorada



Os presentes, as viagens, as idas a lugares caros, nenhum dos mimos dados por Fábio Gabriel Rodrigues a Verônica Verone de Paiva, durante os 16 meses de relacionamento dos dois, garantiu ao empresário de 33 anos exclusividade na vida sentimental da estudante de 18. Em depoimento à delegada adjunta 77ª DP (Icaraí) Juliana Rattes, a loura afirmou estar namorando outros dois rapazes e tendo um caso com uma mulher.
A declaração é a ponta de um nó que a polícia tenta desatar: se houve ou não uma terceira pessoa envolvida no homicídio do empresário, enforcado por Verônica num motel em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, na madrugada do último sábado.
Ontem, imagens do circuito interno do estabelecimento foram divulgadas e mostram um homem dirigindo a picape de Fábio, mas não é possível identificar se é realmente ele ao volante. Um funcionário do motel contou à polícia que entregou as chaves da suíte ao empresário.
Os vários relacionamentos admitidos por Verônica à polícia não chegam a causar espanto em amigos e colegas da loura. Em Itaipuaçu, onde a estudante mora com a família, são assuntos recorrentes a beleza da estudante e a sua fama de namoradeira.
— Ela chamava a atenção por onde passava. Loura, de olhos claros, ninguém resistia! — conta um colega de turma.
Segundo amigos, a estudante teve pelo menos quatro namorados na adolescência e teria chegado a trair alguns deles. Na vizinhança, comenta-se também que o caso com Fábio era do conhecimento de todos, inclusive dos parentes da jovem. Ele a buscava na Escola Municipal João Monteiro, onde Verônica cursa o 9 ano, e a levava para casa. O casal também iria a restaurantes e motéis frequentemente.
— Como os pais permitiram que ela, com 18 anos, saísse com um cara casado? — questiona a publicitária Patrícia Câmara, mãe de uma aluno do Colégio Evolução, onde Verônica estudou.
Na Rua 16, onde mora Verônica, poucos vizinhos conhecem a intimidade da família da jovem. A casa de três andares, antes ocupada por Verônica, a mãe e a irmã, agora está vazia. Uma luz acesa desde domingo denuncia o abandono. A mãe foi vista pela última vez anteontem, quando entrou e saiu da casa rapidamente. Um vizinho antigo conta que não se surpreendeu com o crime:
— Eles são totalmente desestruturados. O pai morreu há um ano e meio. A mãe não fala com ninguém. Era uma tragédia anunciada.
Horas antes de Fábio Gabriel ser enforcado no motel por Verônica, a estudante teria matado aula com amigos no Recanto, em Itaipuaçu, distrito de Maricá. De acordo com amigos, ela ficou das 18h30m até pouco antes das 22h num ponto final de ônibus com mais de dez colegas da Escola Municipal João Monteiro e de outros colégios da região.

Extra On Line - Foto: Pablo Jacob

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