Caos na saúde em Maricá

A exemplo do que vem ocorrendo em todo o estado, a saúde pública em Maricá também está um caos. A deputada Janira Rocha vistoriou nesta quinta-feira o Hospital Municipal Conde Modesto, única unidade hospitalar pública da cidade. e o quadro encontrado foi caótico, segundo Janira. "As condições de atendimento à população são precárias. Pacientes estão internados em macas e cadeiras aguardando transferência, porque o hospital não tem ambulâncias", denunciou Janira em discurso no plenário da Alerj.
O Hospital Conde Conde Modesto tem apenas 84 leitos para atender os 130 mil moradores de Maricá, bem abaixo dos padrões recomendados pela Organização Mundial de Saúde. "O hospital tem menos de um leito para cada mil habitante da cidade", criticou Janira. Apesar de ser uma unidade de média complexidade, o hospital não possui equipamentos adequados, como mamógrafo. As instalações internas também estão precárias, colocando em risco os pacientes internados na unidade."Há fios expostos e as paredes estão mofadas", denunciou Janira.
Além da deficiências de instalações e de equipamentos, o hospital também possui carência de pessoal. Medicamentos são armazenados de forma precária. A assessoria do mandato de Janira produziu um relatório sobre os problemas encontrados no hospital, que será apresentado à Comissão de Saúde da Alerj. Janira também vai tentar uma reunião com o secretário municipal de Saúde de Maricá, para buscar soluções para os problemas.

Abaixo o relatório que a deputada fez :

Relatório Fiscalização Hospital Municipal Conde Modesto

Perfil da Unidade:
 Trata-se do único  Hospital de Média Complexidade na Cidade de Maricá possuindo 84 leitos que
presta serviço de assistência a saúde a cerca de 130 mil habitantes em diversos Distritos da Cidade,
não existe outro hospital na Cidade seja publico, seja privado.
 Possui exames de RX, Ultrassonografia, ecocardiograma, Colonoscopia, Endoscopia.
  A Organização Mundial de Saúde define que a média ideal de leito /mil habitantes é de 4,5% na
Cidade de Maricá esta média gira em torno de 0,64%.
 Não possui diversos equipamentos para exames de média e alta complexidade tais como;
Mamógrafo, Eletrocardiograma, Encefalograma e Tomografo. 

Condições de Atendimento da População

 A unidade apresenta todas as ambulâncias com defeito o que impossibilita quaisquer
transferência, na ocasião da vistoria um paciente que necessitava de remoção para realizar
hemodialise aguardava a dois dias pela remoção agravando seu quadro clinico.  
 A cerca de um mês 136 profissionais de seu corpo clinico e assistencial foram demitidos e
apenas cerca de 50% foram recontratados o Diretor da Unidade de Saúde, Dr. Ubiratan Moreira
reconheceu o deficit relativo a enfermagem, Pediatria e Ortopedia.
 A unidade apresentava uma enorme fila para atendimento e pessoas reclamavam que já estavam
aguardando há mais de uma hora para serem atendidos, não existia Ortopedista de plantão.
Maricá foi uma das cidades mais atingidas pela Epidemia de Dengue, chegando a notificar de
250 a 500 pessoas por dia, a Unidade não possui sequer CTI.
 A emergência a internação é realizada em macas e poltronas, o banheiro não possui água
aquecida, as salas não possuem ar condicionado.
 Os usuários são obrigados a a trazerem seus próprios lençóis pois a unidade não possui roupa
de cama suficiente.
 A Central de Regulação de Leitos não funciona, o Hospital faz parte do Metropolitana 2, os
pacientes ficam internados  no hospital sem a resolução de seus problemas, aguardando a
disponibilização da vaga do SISREG e depois fica aguardando a solicitando a ambulância.

INFRAESTRUTURA

 A instalação elétrica é precária e perigosa com fios expostos por toda a unidade de saúde, o
Hospital foi instalado em um antigo Casarão portanto toda a sua estrutura é precária.. As paredes apresentam mofos e rebocos aparentes mesmo com pacientes internados, inclusive os
leitos que são ocupados por usuários que não tem condições de se locomover o que pode resultar
no agravamento do quadro clinico a partir do desenvolvimento de patologia respiratória.
Seringas e soros são armazenados no chão, por falta de local apropriado de armazenamento, o que
pode contaminar o material.
Falta recipiente de saboneteira em lavabos, o que pode resultar em aumento de infecção hospitalar,
pela falta de lavagem de mãos.
Os recipientes de alcool gel instalado nas paredes estão vazios pois o contrato não foi renovado.
   
Condições de Trabalho

Alojamentos precários , aonde profissionais tem de levar detergente, sabão, papel higiênico, e
roupa de cama, falta colchões em repousos de médicos e enfermeiros.
Sobrecarga de trabalho ocasionado pelo deficit de profissionais.
Falta Destarpak na Unidade os materiais perfurocortantes são desprezados em caixas de
papelão improvisadas, expondo os profissionais a um risco iminente.
Falta de limpeza ocasionado pela quebra de contrato com a firma Novo Rio, existe um contrato
precário com alguns antigos profissionais da firma Novo Rio que mantém uma limpeza precária. 
A falta de Direitos no Exercício Profissional
Existe dois tipos de vínculos trabalhistas, estatutários e contratos diretos com a secretaria de saúde
da Cidade.
Os Profissionais que são contratados não tem direitos a férias, não recebem hora extra, adicional
noturno e insalubridade.
Tão pouco o piso regional é respeitado através da Lei estadual 5950/2011, pois o salário dos técnico
de enfermagem é de R$ 540,00. 

Site da deputada Janira Rocha

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