Praça da Escrava Anastácia será um lugar de reflexão

Um espaço para refletir e lembrar de uma mártir da escravidão. Este é o propósito da criação da praça Escrava Anastácia, na confluência entre as ruas Soares de Souza e 1º de Abril, próximo ao cemitério de Maricá. A justificativa foi dada pelo gerente executivo da Subsecretaria de Diversidade Religiosa, Antonio Chagas Marreiros, o “Liminha”, durante a segunda reunião de dirigentes afro-religiosos do município, ocorrida na última sexta-feira (15/4), na Casa de Cultura.
De acordo com Liminha, a praça será um local para observação, meditação, e reflexão sobre as atitudes e os valores da vida. Além disso, segundo ele, a cidade fará uma homenagem aos escravos que contribuíram, ainda que forçadamente, para o povoamento e benfeitoria da então Vila de Santa Maria de Maricá.
“O local será ainda uma referencia municipal para quem chega e quem mora em nossa cidade, comprovando o potencial democrático do governo que promove a união entre as diversidades religiosas”, garante o babalorixá, antecipando que a entidade deverá promover um abraço simbólico à praça no próximo dia 20 de maio.
Entre as diversas propostas apresentadas durante o encontro da última sexta, está a criação de uma comissão independente provisória de dirigentes afro religiosos em Maricá e de um fórum permanente para discussão de políticas públicas para o setor. Uma dessas medidas debatidas foi a possibilidade de um novo espaço destinado aos cultos afro de cunho ambiental, que seria implantado no Silvado.
Projeto – A proposta para construção da praça Escrava Anastácia foi apresentada à Subsecretaria de Diversidade Religiosa pela Fonte para Orientação Religiosa de Matrizes Africanas (FORMA). O pedido de formatação do projeto, que inclui um obelisco em forma de pelourinho e um busto da escrava, além de um velário, foi enviado à Secretaria de Assuntos Federativos, que agilizou o processo preparando gráficos, memorial descritivo e planilha de custos. Se aprovado, o projeto terá de passar ainda para aprovação da Câmara de Vereadores, para sanção definitiva do prefeito.
Anastácia, nome cristão de batismo, foi uma escrava africana que viveu no Brasil no século XVIII, por volta de 1740. A mordaça de ferro era um castigo aplicadas aos escravos nas minas, para que não engolissem ouro ou pedras preciosas. Anastácia foi amordaçada a mando de seu senhor, por recusar-se a manter relações sexuais com ele. Rebelando-se contra a tirania do senhor branco, foi torturada e morta, passando a ser considerada heroína pelos afrodescendentes, assim como Zumbi dos Palmares. Maiores informações pelos telefones 7126-3090 e 2634-1837. 


Secom Maricá

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