Família que vivia há anos em área de preservação ambiental é despejada da Serra da Tiririca

Nesta terça-feira, amigos, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Niterói, um oficial de Justiça e policiais militares acompanharam a retirada da família do sitiante Davi Cortes dos Santos, de 60 anos, da residência que ocupava há mais de 40 anos na Estrada Gilberto Carvalho, antiga Estrada Itaipu. O endereço, que é o acesso ao bairro de Itaipuaçu, em Maricá, está localizado numa Área de Preservação Ambiental (APA) e sob os cuidados do Parque Estadual Serra da Tiririca.

O despejo é decorrente de um processo movido pela família Cruz Nunes, que reivindica a posse da propriedade.
Herdeiro do terreno, o sitiante, que também atua como conselheiro consultivo do Parque Serra da Tiririca, explicou que as pessoas que se dizem proprietários pediram a retirada judicial dele e da família pela falta de pagamento de aluguel, algo que nunca foi cobrado.
“Meu pai comprou a posse deste terreno há mais de 60 anos e por isso nunca pagou aluguel a ninguém. Essa questão de não-pagamento de aluguel é falsa, porque nem meu pai e nem eu, que já moro aqui há anos, recebemos cobranças de aluguel”.
Os advogados da família de Davi informaram que iriam ao Fórum para recorrer e reverter a situação.
“Ainda temos chance de restabelecer a propriedade. Vamos resolver a situação sem tiros”, declarou um dos advogados.
O advogado do representante da família Cruz Nunes não quis se manifestar diante o ocorrido sob a alegação de não querer causar polêmica frente a situação.
O chefe do Parque Serra da Tiririca, Fernando Matias, informou não estar judicialmente a par do ocorrido, mas que o setor jurídico do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) irá analisar o processo. Matias ainda confirmou que a presença dos sitiantes foi fundamental para a preservação do parque na área.

O Fluminense

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