Cuidado com o que deseja...

...pois pode se tornar realidade! E por causa desta frase acho oportuno escrever o texto abaixo, pois tenho recebido inúmeros comentários sobre o complexo petrolífero do COMPERJ, onde em sua maioria as informações são inconsistentes ou pouco esclarecedoras. Nesse sentido e visando evidenciar a minha opinião muito particular, assim como mostrar o foco da luta do movimento do qual participo ativamente.

Vejo que existe um problema cultural em Maricá quanto ao expansionismo municipal e o impacto de diversos projetos quanto ás áreas propícias para os mesmo, cito como exemplos o Pólo Naval que mesmo antes de ser iniciado já teve uma derrota popular enorme, ainda que este pudesse der feito dentro das normas legais de construção. O COMPERJ que está em vias de ser construído onde aparentemente algum impacto ambiental pode ter significância no litoral do município mais precisamente em Itaipuacú (mais uma vez, com o cedilha e o acento, evidenciando através do nome o que bairro se tornou), parece que esta localidade está destinada a se tornar periferia mesmo contra sua vontade.
O mega resort Luso/Espanhol não saiu do papel por interesses de minorias em preservar a APA, que continua não tendo nenhum projeto de preservação e integração entre os distritos, permanecendo um lugar violento por seu abandono e motivo de discórdia por sua natureza preservacionista duvidosa. Fato é que como venho evidenciando ao longo dos meus artigos a vocação de Maricá é o turismo e não o petróleo como querem nos enfiar goela abaixo, mas vejo também que se existisse o Resort certamente não haveria hoje a iminência de nossa orla se tornar a área marginalizada (esgoto) que tende a ser futuramente, já que o Projeto de tornar em um parque não sai do papel (o que seria melhor para o turismo).
Discussões à parte, é importante que as pessoas saibam o que querem já que pode se tornar realidade, como citado no título acima, e se não for o complexo industrial será outra coisa que arranjarão para otimizar comercialmente a localidade. Tenho visto que nosso município hoje não tem atrativos de espécie nenhuma, quem vem se mudando para nossas dependências são públicos de baixa renda pela oferta de preços devido ao êxodo maciço de antigos moradores, além de vermos os estabelecimentos comerciais fecharem numa seqüência ininterrupta por falta de clientela, estamos deixando de ser inclusive uma cidade dormitório para passarmos a ser uma cidade fantasma.
Não vou e nem quero em momento algum comprar brigas com este ou aquele projeto, não me cabe discutir a sua necessidade, mas sim a forma como este será fiscalizado junto aos órgãos competentes. Fiz o meu protesto contra tais empreendimentos industriais quando não votei no atual governador para o estado e muito menos na atual presidente da república por saber que seriam a continuidade das coisas que não desejo para mim e minha comunidade. Acho, no entanto que é dever de todos aqueles que foram simpáticos aos atuais governantes nas últimas eleições que levantem suas bandeiras e protestem de forma incisiva no sentido de reverterem aquilo que hoje mais lhes incomoda, e de minha parte contem com a minha solidariedade passiva, já que o meu objetivo principal é contra a prefeitura de Maricá e moralização da Câmara de Vereadores.
Não tenho a pretensão de pegar em armas contra o Palácio Guanabara e muito menos o Palácio do Planalto (pelo menos não neste momento e nem por este motivo), mas o Maricaense tem que pensar bem no que está fazendo quando vota e no quer realmente quando emite uma opinião. Sabemos que jamais fariam o que pretendem fazer se fossem em Saquarema, Camboinhas ou outro lugar qualquer. Continuamos com o estereótipo de sermos os primos pobres da região dos lagos, estigma esse imposto pelos próprios moradores que trabalham incessantemente para que Maricá permaneça no limbo em que se encontra, sem perspectiva nenhuma evolutiva. Conforme está acontecendo em Seropédica, em tempo aparecerá aqui uma empresa interessada em expandir seus horizontes e comprará todas as terras ao preço da banana para estabelecerem suas indústrias sem serem incomodados.



                   Ana Paula de Carvalho, moradora de Maricá e torcendo por dias melhores.

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