Promessas de campanha ficam só no papel em Niterói , São Gonçalo e Maricá

No ano de 2008, na época de eleições municipais, os eleitores de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, foram bombardeados por promessas dos prefeitáveis em todos os setores, como saúde, educação, transportes, trânsito, cultura, entre outros. Construção de vilas olímpicas, rodoviária, escolas, creches, hospital para mulheres, pórticos de segurança e até túnel estiveram entre as propostas feitas à população, que seriam realizadas no período de 2009-2012, caso o candidato fosse eleito. Após quase dois anos dos mandatos, verificou-se que muitos dos compromissos assumidos com os eleitores não foram cumpridos.

O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PDT), quando disputou a Prefeitura, prometera aos niteroienses construir em um ano o Túnel Charitas-Cafubá; uma via semi-expressa; implantar o programa Dentista da Família; levar a coleta e tratamento de esgoto para 100% da população; implantar o ensino em tempo integral a toda a rede de ensino pública municipal; construir duas vilas olímpicas, sendo uma na Zona Norte e outra entre Pendotiba e a Região Oceânica; construir 14 pórticos de segurança nas entradas da cidade e pedir aumento do efetivo do 12º BPM (Niterói); asfaltar três ruas por mês na Região Oceânica e Pendotiba; entre as principais propostas.
A diferença entre o que foi prometido e o cumprido é muito grande. O túnel, cujo edital de licitação foi reprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado, não saiu do papel. Assim como o Dentista da Família. Via expressa, somente a que foi feita no Corredor Viário na Alameda São Boaventura, no Fonseca, obra bancada pelo governo estadual. Nas demais principais vias da cidade, o trânsito está cada vez mais caótico. Nas comunidades pobres, muitos moradores ainda não têm o esgoto tratado.
Apenas uma escola municipal, na Ilha da Conceição, no Centro Social Urbano, foi implantado o ensino em horário integral, como projeto-piloto, em 29 de setembro de 2009. A intenção inicial era espalhar o sistema em outras escolas este ano. Porém, de acordo com Jorge Roberto, no final deste ano será feita avaliação no novo modelo para ver a viabilidade de implantá-lo no maior número possível de escolas.
O prefeito, aliás, responsabiliza as fortes chuvas de abril pelo atraso na execução dos projetos prometidos durante a campanha de 2008.
“Foi algo sem precedentes. E, entre as várias consequências daqueles tristes acontecimentos, está o atraso – em pelo menos um ano – de todo o planejamento que havíamos feito para o nosso governo. Em suma, coisas que eram para ser feitas este ano tiveram de ficar para o ano que vem”, justificou o pedetista.
“Em relação ao túnel Charitas-Cafubá, que esperávamos iniciar ainda este ano, estamos enfrentando algumas dificuldades técnicas já quase resolvidas, e decidimos, por sugestão do Ministério Público, realizar uma outra Audiência Pública para que haja uma discussão ainda mais aprofundada do assunto”, acrescentou o chefe do Executivo.
No saneamento básico, segundo Jorge Roberto Silveira, houve avanço.
“A concessionária Águas de Niterói conseguiu neste período de nosso governo reduzir de 10% para 6% o número de domicílios ainda não atendidos pela rede de esgoto”, informou.

Em São Gonçalo, o tempo parou

Na disputa pela reeleição, a prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset (PDT) prometeu construir uma rodoviária na cidade; criar o Gabinete Integrado de Segurança Pública; construir quadras poliesportivas em cada um dos distritos; mais creches e escolas; mais casas populares; sanear e pavimentar cerca de 1,5 mil ruas até 2012; construir uma nova Casa das Artes; ampliar o Hospital Luiz Palmier; abrir posto de saúde 24 horas em Alcântara e fazer um terminal rodoviário em cada distrito; dragar os rios Alcântara e Imboassú; entre outras.
Dessas propostas, muitas ainda não foram executadas. A rodoviária ainda não saiu do papel. A cidade conta com apenas um terminal rodoviário, no Alcântara, que existe há mais de 12 anos e foi reformado em 2008. Segundo a Associação de Moradores e Amigos de São Gonçalo (Amasg), 60 vias em 12 bairros da cidade ainda não ganharam a pavimentação prometida dentro do projeto Caminho Novo, lançado em 2005, no início do primeiro mandato de Panisset. No início do mês, a Amasg acionou a Justiça para saber a destinação de R$ 7 milhões que foram orçados para o projeto.
De acordo com a entidade, a promessa da Prefeitura, ainda na primeira gestão de Panisset, era realizar obras de drenagem, saneamento e pavimentação em mais de 5 mil quilômetros de vias. Mas o bairro de Santa Luzia, por exemplo, que teria 17 ruas contempladas pelo Projeto Novo Caminho teve apenas duas vias pavimentadas. Ruas importantes como a Visconde de Mauá e a Avenida Santa Luzia, seguem sem asfaltamento. Procurada pela reportagem, Panisset informou que a rodoviária será construída com a ajuda do Governo do Estado.
“O governador disse que vai construir a rodoviária. Falta escolher o local. Seria inicialmente no Colubandê, mas lá foi construída uma UPA 24 horas. Também faremos uma nova reforma no terminal rodoviário de Alcântara”, anunciou a chefe do Executivo.
A recepcionista Daniele Vieira, 30 anos, costuma pegar condução no terminal rodoviário de Alcântara, mas para ela, a cidade precisa de uma rodoviária.
“O terminal aqui é improvisado, debaixo de um viaduto. Não tem ônibus para vários lugares, então, muitas vezes, temos que usar a rodoviária de Niterói”, reclamou.


Maricá sofre sem estrutura na Saúde


Durante a campanha eleitoral de 2008, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT), prometeu, entre outras coisas, acabar com o monopólio da exploração das linhas de ônibus no município; valorizar o funcionalismo púlico; valorização do magistério e recuperar o Hospital Municipal Conde Modesto Leal.
Porém, a realidade hoje é bem diferente. Diversos bairros, como Inoã e Itaipuaçu, por exemplo, tem muitas ruas sem pavimentação e saneamento básico. O hospital está em estado caótico e com atendimento problemático. Professores já fizeram no primeiro semestre, manifestações em frente à Prefeitura e a Câmara contra o não cumprimento das promessas feitas durante a campanha. Uma única empresa continua a operar na cidade.
Quaquá garante que já conseguiu tirar a empresa pelo menos de seu gabinete.
“Hoje eles não entram no meu gabinete e não tem mais acesso ao poder municipal.
Sobre o hospital, explicou:
“Realizamos uma reforma e inauguramos a sala de atendimento humanizado, mas entendemos que o hospital é muito antigo e precisamos ampliar o atendimento à população. Já iniciamos ao lado dos governos do estado e federal a construção da UPA e também estamos solicitando a construção de outra UPA em Ponta Negra, desafogando assim o atendimento de emergência do hospital”, informou.
Itaboraí – O prefeito Sérgio Soares, em 2008, teve como uma das grandes promessas de sua campanha a construção do Hospital da Mulher. Até agora, a ideia não virou realidade. O chefe do Executivo explicou, através de assessoria, que o terreno onde a Prefeitura pretendia construir a unidade, no Centro, foi adquirido por uma clínica particular. Então, o prefeito resolveu construir uma ala feminina no Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, em 2011.


O Fluminense

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