A Resposta das Urnas!

Li os noticiários invariavelmente sem surpresas sobre as eleições do primeiro turno de 2010, só os veículos de opinião pública pareciam não saber que existia o SIM da maioria para a primeira candidata á presidência, o NÃO para o segundo candidato e o que ninguém parecia perceber é que existia um TALVEZ para a terceira concorrente que vinha tendo uma adesão crescente por ser uma opção ainda que inviável pelo suposto baixo índice de votos, mas que seria o fiel dessa balança. O mais impressionantemente triste é observar que num país de cento e noventa milhões de habitantes que falamos com tanto orgulho, as únicas opções que nos aparecem como capazes são estas parcas e patéticas figuras que estão na reta final das eleições.

Poderíamos ter pelo menos uma dúzia de candidatos com o perfil desejado e não a votação por falta de opção, ainda assim algumas coisas podem ser perceptíveis. Após os primeiros resultados observamos que a terceira candidata teve uma votação maciça de 14,5% do eleitorado, outros 26,1% se abstiveram, anularam ou invalidaram seus votos, o que representa um universo de 40,6% de votantes se somarmos o percentual de 24,4% do conseguido pelo segundo candidato teremos um total de 65%, o que denota um número de rejeição neste valor. Este percentual de pessoas não deseja o favorito no poder. Isso poderia ter significado que o futuro presidente do Brasil poderia ter sido eleito com pouco mais de 35% de eleitores em números totais, ou seja, se elegeria com aproximadamente 1/3 do total de votantes e nunca com a metade da totalidade mais um voto.
Por outro lado supondo que haverá uma distribuição ainda que não homogênea dos votos da terceira candidata entre o primeiro e terceiro lugar existe uma variável que poucas pessoas devem ter atentado que são os votos considerados inválidos no primeiro turnos. Como para aqueles votantes seu voto aparentemente não teria peso de decisão, pois as cartas pareciam já estar marcadas, nesta nova fase essa abstinência tende a não ser com a mesma razão porque alguns deste votarão (já que são obrigados a comparecer na zona eleitoral) no candidato favorito só para fazer parte da turma que vai sair vitoriosa, ainda que isso não nos traga nenhum benéfico palpável, e outra parte votará no azarão, o candidato improvável para que o outro não se eleja de forma alguma, da mesma forma não trará qualquer tipo de beneficio.
O voto obrigatório neste caso se mostra um tiro no próprio pé porque terão que contar com os insatisfeitos e revoltados pelo simples fato de serem obrigados a votar no país que se diz democrático onde inclusive querem cercear a liberdade de imprensa. Acredito que se não desejam ser motivo de chacota na mídia não deveriam dar razão para tal com suas atitudes pouco dignas e de gosto duvidosas, a verdade é que não temos ninguém hoje despontando na política que efetivamente nos represente como povo e nação. A votação expressiva em São Paulo para o palhaço que ri até da política é um aviso que já não depende de nós elegermos nossos representantes, mas sim da propaganda que lhes é peculiar.
Em geral e é de pouca notoriedade essa visão, pessoas que se elegem com perfil legislativo pouco ou quase nada têm a contribuir quando se candidatam a cargos executivos e vice versa, são funções distintas e impares, da mesma forma qualquer gestor que se preze cuida para que seu governo tenha sucesso utilizando seu tempo para fazer política de relações públicas e para isso precisa contratar administradores competentes para gerir seus diversos setores. Prevejo que se o candidato favorito ganhar as eleições o percentual diferencial deva ser de 1,5%, já no caso de haver uma virada de sucesso do segundo candidato o percentual de vantagem em relação ao seu adversário seja de 0,5%.
Gostaria de ter outras opções ou de não precisar me responsabilizar por esta atitude de votar obrigatoriamente e por esse motivo vou continuar levantando todas as bandeiras que considerar patrióticas, mas não se surpreendam se num futuro próximo tivermos que eleger um palhaço para presidente, se é que já não o fizemos!

                                                       Ana Paula de Carvalho

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