Polícia caçou em SG e Maricá suspeitos de integrar grupo de extermínio

Pelo menos um integrante do grupo de extermínio acusado da morte de 16 pessoas em São Gonçalo era temido, também, dentro de seus próprios lares. Foi o que agentes da 72ª DP (Mutuá) descobriram durante operação realizada na manhã de ontem naquela cidade e em Maricá. Munidos de mandados de busca e apreesão, os policiais foram às casas de familiares dos irmãos Wanderson da Silva Tavares, o Gordinho, e Higor Câmara Tavares, conhecidos como Irmãos Metralha, suspeitos de integrarem o bando.

Além de três aparelhos celulares que a polícia acredita pertencerem a vítimas do grupo, foi apreendido o diário da mulher de Wanderson, onde é relatada a rotina de violência que seria imposta pelo marido a ela e aos filhos. Entre as agressões sofridas, ela conta que teve o braço quebrado com um bastão. Em outra situação, lamenta que um de seus três filhos, atualmente com idades entre 15 e 23 anos, tenha passado uma noite inteira de frio, algemado no terraço.
O diário da mulher, de cerca de 40 anos, traçaria, segundo a polícia, “o perfil de um psicopata” e relataria parte da rotina dele durante o ano de 2009.
“Se não sair pelo amor, vou sair pela dor”, diz um dos trechos do diário, onde a mulher também conta que já precisou passar por duas cirurgias reparadoras.
Os filhos, segundo a mulher também sofreram com as agressões do padrasto.
“Ele quer que a televisão seja desligada às 20 horas e as crianças não podem nem ver a novela, isso é perversidade, pois nenhuma criança dorme essa hora”, alega.
“Pessoas com essa característica costumam atuar sempre da mesma forma”, disse um dos policiais, lembrando que a suposta quadrilha costumava amarrar as vítimas com lacres de medidores de energia elétrica.
Uma das residências revistadas ontem foi a dos irmãos, uma tenente PM candidata a deputada estadual. Também foram vistoriados outros imóveis, nos bairros de Santa Catarina, Jardim Alcântara, Rio do Ouro, em São Gonçalo, e no bairro de Itaipuaçu, em Maricá.



O Fluminense