Caça aos votos para as eleições 2010 esvazia Assembleia Legislativa do Rio

Dos 70 deputados, 62 concorrem à reeleição, seis disputam outros cargos e apenas dois não estão em campanha. Desde o início deste mês, não há votações por falta de quórum

Na reta final da campanha eleitoral, a maioria dos deputados estaduais tem tido dificuldade para conciliar o corpo a corpo com o comparecimento às sessões plenárias na Assembleia Legislativa. Desde o início do mês, não tem havido votações por falta de quórum. Nesta quinta-feira, à tarde, apenas nove parlamentares estiveram na sessão. O número é bem abaixo dos 35 necessários para garantir quórum. Dos 70 deputados, 62 concorrem à reeleição, seis disputam outros cargos e apenas dois não são candidatos.

Às 14h30 desta quinta-feira, no chamado pequeno expediente, dez parlamentares assinaram o ponto para depois se retirarem. Neste horário, é comum aproveitarem para discutir temas relevantes para o Estado. Porém, Caetano Amado (PR) e Alcebíades Sabino (PSC) discursaram para um plenário vazio. O primeiro falou sobre a Defensoria Pública e o segundo, a respeito de acidentes ocorridos recentemente em plataformas de petróleo na Bacia de Campos.
Para resolver o problema da “gazeta coletiva”, Sabino sugere recesso em setembro.
“Este mês em que a campanha esquenta, os parlamentares poderiam ficar liberados para fazer campanha o dia inteiro. Nos meses de julho e agosto votaríamos os projetos mais importantes e as mensagens do Executivo. Estou elaborando uma proposta neste sentido para alterar o Regimento Interno do Legislativo”, afirmou o parlamentar, que discursou durante os dez minutos que teria direito no pequeno expediente, tendo como público somente os seguranças do plenário e os técnicos de som.
A primeira secretária da Mesa Diretora, Graça Matos (PMDB), defende outra solução. Para ela, no mês de julho, quando começa a campanha, poderia haver um esforço concentrado para votar os projetos mais importantes. Em agosto e setembro haveria recesso para a campanha.
“De manhã haveria sessões para votar os projetos de agosto e à tarde, os de setembro. As comissões trabalhariam conjuntamente, para elaborar os pareceres das propostas. Assim, num mês, adiantaríamos o trabalho de dois meses”, sugere a peemedebista, que garante reservar as manhãs para a campanha e a tarde para compromissos de parlamentar.
Até as eleições de 2006 o Colégio de Líderes a Mesa Diretora faziam um acordo para votar os projetos mais importantes, inclusive mensagens executivas, nas quartas-feiras, com direito a sessões extraordinárias pela manhã. Este ano a prática não foi adotada. Nos gabinetes, que ficam no prédio anexo do Palácio Tiradentes, a presença não era muito maior que a do plenário. Pouco mais de 20 compareceram, conforme a diretoria da Casa. As propostas que estavam na ordem do dia desta quinta-feira foram adiadas para a próxima semana. Se houver sessão.


O Fluminense

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