Moradores de Maricá dizem que diversas ruas estão abandonadas

Carência de serviços e de pavimentação revoltam em bairros perto do centro da cidade. Estrutura de ponte, interditada após temporal, também é problema para o município




Bairros próximos ao Centro de Maricá, como Mumbuca e Pedreiras, ainda apresentam carência de serviços básicos, como pavimentação e rede de esgotos. Moradores reclamam da falta de conservação das vias. Uma ponte, que teve a estrutura afetada por forte chuva há dois meses, ainda está interditada. O site da Prefeitura diz que a meta é pavimentar e drenar 20 bairros até o fim do ano. O órgão não revelou quantos estão prontos, mas moradores dizem que objetivo está longe de ser alcançado.

No Mumbuca muitas ruas continuam sem calçamento, como a Rua Antônio Santos Bitencourt Filho. Moradores afirmam que nenhum passo foi dado para a recuperação da ponte que faz a ligação com o Centro e está interditada há meses. Pedestres e ciclistas se arriscam na travessia.
“Puseram uma placa de cada lado e ninguém mais voltou. Enquanto isso a gente se arrisca em passar de um lado para o outro por uma ponte que está caindo. Porém, se não me arriscar aqui, vou ter que dar a volta andando por mais 10 minutos para me arriscar em uma ponte muito movimentada, onde o risco de ser atropelada é grande”, desabafa a dona de casa Cristiane Bravo, de 36 anos.
“Em horário escolar vira uma confusão de gente passando para lá e para cá”, diz a estudante Beatriz Soares, de 18 anos.
Os problemas do bairro vão além da ponte interditada. Moradores e pessoas que passam diariamente pelo Mumbuca, como a estudante Andréa Fidélis de Souza, de 33, dizem que é preciso conviver com uma série de outros problemas, como a falta de pavimentação e drenagem na região.
“O bairro está péssimo, é tanto problema que posso reclamar de tudo. As ruas não têm conservação e muitas nem pavimentadas foram. Antes da enchente, que aconteceu há três meses, o bairro já estava ruim, agora só piorou e não vimos nenhuma ação da Prefeitura para mudar isso. Mas é claro que ainda tenho esperança de que façam algo por aqui, afinal pagamos pelas melhorias”.
Também próximo ao Centro, o bairro Pedreiras apresenta ruas mal conservadas e sem calçamento. Na Rua das Acácias, o esgoto que corre a céu aberto se mistura com a terra e faz da esquina um lamaçal. Moradores dizem que estão com os pagamentos do IPTU em dia, mas que não recebem as obras prometidas.
Na Rua José Pinheiro, paralela à Rua das Acácias, uma estação de tratamento de esgotos foi construída pela Prefeitura, em 2005, mas nunca chegou a ser utilizada. Enquanto isso os dejetos correm a céu aberto e caem em um dos buracos no asfalto, sendo absorvidos pelo solo. A unidade de tratamento ainda acumula água da chuva, o que estaria causando a proliferação de mosquitos.
“Moro aqui há seis anos e, antes de construírem a estação, pensávamos que o terreno seria transformado em uma praça. Infelizmente fizeram esta instalação que só traz problemas. É um grande desperdício do dinheiro público. Nunca funcionou e agora fica aberta, cheia de água da chuva, infestando o bairro de mosquitos. Os moradores se reuniram para colocar tela nas entradas, mas já estragaram e ninguém deu uma solução. Também temos medo de uma criança subir na estação e cair lá dentro, já que não tem vigia no local”, diz o aposentado Jorge Cardoso, de 57 anos.
A Prefeitura de Maricá informou que, desde a construção, a estação de tratamento de esgotos de Pedreiras está sob administração privada e que o funcionamento depende de concessão de licença do Intituto Estadual do Ambiente (Inea), que não teria liberado a instalação pela ausência de queimadores necessários para evitar a emissão de fortes odores.
Ainda de acordo com o órgão, o município pleiteia o controle da unidade, que seria adequada ao funcionamento e posta em atividade. Mas ainda não há prazo para que o equipamento comece a operar.
Com relação à ponte de Mumbuca, o município declara que aguarda a liberação de recursos do pacote de verba emergencial para as cidades atingidas pelas chuvas para realizar o reparo e duplicação da via.
A estação de tratamento de esgotos de Pedreiras foi construída em 2005 e, desde então, está sob administração da empreiteira RC Vieira que, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), não instalou os queimadores necessários para evitar a emissão dos fortes odores decorrentes do tratamento. Por esta razão, o órgão não concedeu a licença de instalação para a estação funcionar. A Prefeitura diz que pleiteia o controle da estação e a concessão da licença do Inea e, para isso, tem um projeto de aquisição e instalação dos queimadores para, em seguida, iniciar o tratamento do esgoto. Não há ainda um prazo estipulado para que isso esteja concretizado, mas o certo é que a estação (ainda) não pertence ao município.
Com relação à ponte de Mumbuca, a Prefeitura disse que aguarda a liberação de recursos por parte do Estado.


O Fluminense

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