Começa o pagamento da 2ª parcela do Pé-de-Meia

Escolas da rede pública de Maricá em estado precário

Pelo menos duas unidades de ensino funcionam em imóveis improvisados e alunos e professores reclamam. Descontos nos contracheques e falta de material também causam revolta


Quinta-feira foi o último dia de aulas para milhares de alunos de escolas municipais de Maricá e, segundo professores, esta sexta-feira será um dia de alívio para os estudantes de escolas do distrito de Itaipuaçu. De acordo com o Sindicato de Professores Municipais de Maricá (SPMM), pelo menos duas escolas no bairro funcionam em edificações que não são apropriadas para a atividade escolar e o pouco espaço dos cômodos transformados em salas de aula estariam deixando os estudantes num “aperto”. Entre as unidades, uma escola interditada no ano passado por ameaça de deslizamento e que ainda não tem sede definitiva.

Uma professora da Escola Municipal Ataliba de Macedo Domingues, que pediu para não ser identificada com medo de represálias, diz que as adaptações, feitas com divisórias não bloqueiam o som. A unidade funcionava na Estrada de Itaipuaçu, na altura do quilômetro cinco, mas foi transferida para uma casa onde funcionava uma escola de dança em Itaocaia Valley.
“O prédio foi adaptado com divisórias em vez de paredes e todo o som do Jardim de Infância acaba chegando até a sala do 5º Ano. Meus alunos reclamam principalmente em época de provas, dizendo que não conseguem se concentrar. Uma amiga precisou trocar de sala depois que ficou com problemas nas cordas vocais. Estamos dando aula onde antes era uma varanda”.
No mesmo bairro, a Escola Municipal Mata Atlântica, na região conhecida como Recanto de Itaipuaçu, também teria sido instalada em uma casa alugada. A professora Shirley Aguiar Vieira, diretora do sindicato, diz que o ambiente impede que a unidade funcione com educação integral.
“Esta é uma escola nova, criada nesta gestão, que está instalada em uma casa sem a estrutura necessária à prática pedagógica. Não é uma escola transferida de forma emergencial. O projeto para a unidade é que oferecesse educação integral, mas pela falta de espaço acaba recebendo os alunos em dois turnos”, diz Shirley Vieira.
O prefeito Washington Quaquá declarou que todas as 40 escolas do município passarão por reformas e que sete já estariam prontas. Confiante na educação municipal, disse que o próprio filho estuda em escola da rede.

                           Descontos no salário e falta de material também revoltam

Outro assunto revolta os profissionais de educação. Os professores de Maricá teriam encontrado desconto nos contracheques no mês de junho. Os dois dias descontados seriam referentes a paralisações de 24 horas. Os professores teriam proposto a reposição das aulas, mas o desconto já teria sido efetuado.
“Fizemos uma paralisação em maio e, depois, outra no dia 24 de maio, quando foi realizada uma audiência pública para discutir a educação em Maricá. Como descontam o dia da audiência também? Será que os professores não podem participar de uma audiência pública voltada para a educação?” indigna-se Shirley Vieira, diretora do SPMM.
De acordo com o sindicato, apesar do reajuste salarial de 5% concedido ser inferior aos 51,12%, as maiores dificuldades enfrentadas estariam nas instalações da rede e na falta de materiais de papelaria.
Explicações – A Secretaria de Educação de Maricá informa que todas as escolas da rede vão passar por adaptações para receber os alunos em tempo integral e também para o projeto da Escola Popular Transformadora (EPT). Ainda segundo o órgão, escolas que passaram por reformas foram entregues, recentemente, à população com novas e maiores dependências, como a Cônego Batalha, na Gambôa. A Escola Municipal Mata Atlântica seria um projeto piloto de unidade integrada ao perfil da sustentabilidade, mas que ainda sofrerá outras adaptações, bem como o restante da rede.
Questionado sobre a situação dos descontos salariais, o Executivo respondeu apenas que “pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura concede aumento aos professores da rede municipal. O pagamento de junho já virá com o reajuste de 5% mais a diferença relativa a maio, a partir de quando esse índice foi concedido. Em setembro, mais 2,8% serão acrescentados. Em 2009, mesmo com dificuldades orçamentárias, a categoria conseguiu aumento de 6% referente à inflação de 2008”.


O Fluminense


## Nota da Editora: Meus filhos estudaram no colégio Ataliba em 2008 e estando ainda no prédio de origem, já era uma educação fraca e o prédio o esgoto sempre transbordava vire e mexe tinha um problema pela obra mal feita do governo anterior. Imaginem eles em uma casa improvisada para instalar os alunos. Alunos esses que mal sabem ler e escrever, pois muitos que conheço que estudam no Ataliba sentem muitas dificuldades de ensino. E se o professor ainda é mal pago, como fica o interesse em ensinar em um local sem condições e os alunos sem interesse até de frequentar as aulas.
    Infelizmente é uma vergonha, pois o governo atual disse que aqui seria uma cidade educadora, mas em quanto tempo isso irá se concretizar?

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