CPI investiga Policiais Militares que teriam agredido vereador de Maricá

Parlamentares receberam denúncias de outras agressões e desacatos cometidos pelos policiais que abordaram Uitinho Viana(PSB).

A Câmara Municipal de Maricá instaurou, nesta segunda-feira, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar se houve arbitrariedade na operação policial que culminou na última quinta-feira com a prisão do vereador Uilton Viana Filho (PSB), de 28 anos, o Uiltinho, que é filho do vice-prefeito da cidade.

Os parlamentares receberam informações de que em várias delegacias da região e do Rio - 77ª DP (Icaraí), 76ª DP (Centro), 19ª DP (Tijuca) e 26ª DP (Méier) - há registros de agressões e desacatos cometidos pelos dois dos PMs envolvidos no incidente. Na ocasião, Uiltinho foi preso em uma blitz, após ser acusado de injúria racial contra um dos militares, que disse ter sido chamado de “macaco”. O vereador nega e afirma que na verdade foi espancado pelos PMs.
“Estamos pedindo informações das fichas dos três policias envolvidos. Temos que aguardar o posicionamento do departamento de recursos humanos da PM e do delegado que está acompanhando o caso. Um membro da Casa foi atingido, o nome da Câmara foi manchado e essa CPI irá ajudar a demonstrar quem está correto ou não”, declarou o vereador Paulo Maurício de Carvalho (PDT), um dos membros da comissão, composta por cinco parlamentares e ainda sem presidente.
O advogado do vereador, Antônio Vieira Filho, informou que tentará reverter o processo de injúria racial.
“Iremos apresentar todas as provas que possam reverter a acusação de racismo, que é infundada, para a de agressão dos policiais, física e moralmente. Há diversas contradições nos depoimentos dos policiais que serão incluídos no processo. Acontecendo a reversão, iremos ver quais novos procedimentos a tomar”, afirmou Vieira.
O comandante do 12º BPM (Niterói), Ruy França, não foi localizado no batalhão nem retornou as ligações feitas para o seu celular.

Parlamentar dividiu cela na Polinter de Neves com 60 presos

Depois de passar 24 horas preso na carceragem da Polinter, em Neves, São Gonçalo, até ser solto na madrugada de sábado, graças ao alvará de liberdade provisória concedido pela 5ª Vara Criminal de Niterói, o vereador Uiltinho falou nesta segunda-feira pela primeira vez com a imprensa. Em entrevista exclusiva a O FLUMINENSE, ele alegou que foi ameaçado pelos policiais e que teve que dividir um cela com mais de 60 presos.

O FLUMINENSE – Como foi a abordagem?

Uilton Viana Filho - “Eu estava indo levar minha namorada e uma amiga dela para o Rio, feliz da vida pela festividade que teve na Câmara quando, na estrada sentido Niterói, depois do radar, eu vislumbrei os policiais. Quando passei pelo primeiro policial, que me deu passagem, eu olhei pelo retrovisor e os vi solicitando para eu parar. Não sei o que eles falaram entre eles para fazer parar o carro. Abri o vidro e o policial colocou a arma na minha cara e gritando comigo. Eu fiquei nervoso e até falei ‘você está maluco, abaixa essa arma, isso pode disparar’. Verificaram meus documentos, meu porta-malas e não acharam nada. Um dos policiais disse para me aplicar três multas, mas nem disseram o motivo”.

O FLU – E o que gerou o incidente?

Uiltinho - “Liguei para meu irmão, que é advogado e disse a ele o que estava acontecendo. Eu disse que não iria assinar nada, pois de fato, nada tinha feito. Meu irmão disse que se eu estava correto, para tentar conversar e não assinar. Falei para eles que se eles quisessem proceder, iríamos para a delegacia, pois não cometi nenhuma infração. Aí, o policial negro teria se metido na conversa com o outro policial, me perguntando ‘o que você falou?, me chamou de macaco?’. Eu disse que não tinha falado isso e que estava falando com o outro policial”.

O FLU – E como você se machucou?

Uiltinho - “Quando eu falei que eles estavam equivocados sobre essa agressão verbal minha, um policial já começou a me dar um soco, me agarrou, me deram uma rasteira, colocaram joelho nas minhas costas e me algemaram. Continuaram me agredindo, socaram meu olho, pressionaram minha cabeça contra o chão. Isso na presença da minha namorada”.

O FLU – O que ela fez nessa hora?

Uiltinho - “Ela tentou se aproximar e disseram a ela que se ela chegasse perto iria sobrar para ela. Meu irmão chegou, e eles disseram que eu havia caído e me machucado. Nesse momento, não havia sequer informado o meu cargo. Depois que olharam meu carro e viram que eu era vereador, falaram entre eles ‘fizemos m...,vai dar m...’. No hospital mesmo, um policial me pediu para esquecer o episódio, pois mancharia o 12º BPM e minha imagem. E eu retruquei dizendo que irei levar até as últimas consequências”.

O FLU – Qual foi a sensação de estar atrás das grades?

Uiltinho - “Fiquei numa cela com mais de 60 pessoas. Antes de entrar, eu tinha uma visão de uma carceragem e quando entrei, vi outra. Mas fui tratado com respeito. Entre conviver com esses presos e com maus policiais, prefiro ficar o tempo todo com os presos. A covardia eu sofri na rua e não na cela”.


O Fluminense


## Nota da Editora: Que bom que o vereador Uiltinho está solto. Esses policiais deveriam de estar presos, pessoas que trabalham para nossa proteção, estão espancando pessoas inocentes nas ruas e fazendo lá o quê ? Policias teriam que ser bem mais preparados para qualquer tipo de abordagem com os cidadãos sejem eles de classe social sejem.

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