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Drica Moraes: Amor e Esperança

Os dias de apreensão e medo de Drica Moraes, 40 anos, começam a ganhar ares de alívio. Desde fevereiro passado, quando descobriu ter uma leucemia mieloide aguda, a atriz vem enfrentando uma maratona de exames e sessões de quimioterapia na luta pela vida. Sem perder a força e o bom humor característicos, ela se pegou aos prantos em algumas ocasiões, mas logo depois era capaz de abrir um largo sorriso para falar sobre o filho, Mateus, 1 ano e 3 meses, e de seus planos.
Na semana passada, o motivo para sorrir foi maior. Nos últimos exames, realizados no Hospital Samaritano, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, onde se internou por duas vezes durante o processo de tratamento contra o câncer, Drica foi surpreendida por uma das melhores notícias que ouviu nos últimos meses: estava praticamente curada graças à boa reação à quimioterapia. Com o tratamento bemsucedido, ela se prepara para se submeter ao transplante de medula óssea dentro de duas semanas no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde mora o irmão da atriz, o médico Eduardo Moraes Rego Reis, que atua na área de pesquisas sobre câncer.

                      Livre para passear

Desde que recebeu a notícia de seu médico, Wolmar Pulcheri, de que estava liberada para passear, Drica não perdeu tempo e passou a curtir momentos especiais ao lado da família, do filho e do médico ortomolecular Fernando Pitanga, 54, com quem namora desde setembro passado. ''Drica ainda está em tratamento, mas ela está bem e certamente mais animada. Está mais disposta'', contou Fernando.


Foto: divulgação G1


Na tarde de sexta-feira (21), Drica saiu da casa da mãe, Clarissa Gaspar, 63, no Humaitá, Rio, com destino ao parquinho da Lagoa Rodrigo de Freitas acompanhada do namorado e do filho, que tem ficado na casa da avó nessa fase de tratamento. Usando um lenço na cabeça e óculos escuros, a atriz estava sorridente durante o passeio. Como uma verdadeira criança, ela desceu no escorregador com Mateus e até brincou sozinha, fazendo graça para o menino e arrancando gargalhadas dele e do namorado. ''Ela está curtindo o filho ao máximo, a relação é muito bonita e a energia deles é muito especial. Drica também tem viajado, namorado, ido ao cinema. Estamos muito animados com os últimos resultados, a corrente de orações é grande. Não sabemos como será o póstratamento, mas Drica está mais conformada'', contou a amiga da família Rozane Sztejnberg, revelando que ela já recuperou o peso. ''Drica está comendo feito uma leoa.''
No dia seguinte, na tarde de sábado (22), a atriz voltou a circular com Mateus e com a babá do menino. A dupla brincou no pedalinho da Lagoa e nos brinquedos do parque. O tom escolhido pela mãe durante o passeio foi o verde, conhecido como a cor da esperança.
O otimismo tem se espalhado entre amigos e parentes. A atriz, os pais e os irmãos ainda preferem não se manifestar, pois querem voltar todas as atenções para a caçula de sete irmãos - dois deles, Eduardo e Alessandra, que são médicos, acompanham cada detalhe do tratamento, além de esclarecerem ao resto da família sobre cada procedimento. ''Ela está muito bem amparada. Tem algumas restrições, mas está aproveitando esse tempo da melhor forma antes de fazer o transplante. O pior já passou'', contou uma outra amiga.
Há cerca de um mês na casa da mãe, desde que voltou de um período de internação no Hospital Samaritano, Drica entende que o transplante é a melhor solução para que não seja pega de surpresa novamente pela doença. ''Todos estão bastante confiantes, souberam de alguns casos bem-sucedidos que estão tomando como exemplo. Vai dar tudo certo'', acrescentou a amiga.
Um parente da atriz, que também preferiu não se identificar e evitou dar detalhes, contou que ela já tem um doador em São Paulo e que deve ficar por lá durante um mês e meio, período necessário para os médicos monitorarem os pacientes que recebem transplante de medula. ''Ela é forte. Não precisará ficar muito tempo longe de casa, pois será assistida no Rio de Janeiro por uma equipe renomada nos meses seguintes'', complementou.


                   Etapa final

Essa será a etapa final de uma luta que dura desde o início de fevereiro. Na época, a atriz descobriu a doença ao realizar alguns exames depois de ser encaminhada ao Hospital Samaritano devido a um desmaio em sua casa, na Gávea. Na ocasião, ela vinha se sentindo debilitada e tinha dores no corpo. Ao realizar os primeiros testes, descobriu a leucemia, que imediatamente começou a ser tratada com a primeira sessão de quimioterapia.
A atriz precisou ficar isolada durante o tratamento, mas não perdeu o ânimo. Falava por telefone com os familiares e amigos, ligava para o filho, lia os e-mails dos colegas e dos fãs e chegou a avisar sua assessoria de imprensa que estava reagindo bem ao tratamento para acalmar seus admiradores. Drica Moraes ficou internada até 3 de março, quando seguiu para a casa da mãe. Os médicos já falavam sobre as chances de cura, mas alertavam que era importante dar um passo de cada vez. Em abril, ela voltou a ser hospitalizada para uma nova etapa do tratamento, já que estava bem debilitada, mas a internação correu dentro do esperado e era necessária, de acordo com a assessoria de Drica.


                  O passo a passo do tratamento

Mesmo diante de casos como o de Drica Moraes, em que os resultados dos exames se apresentam com as taxas normalizadas, os especialistas defendem a realização do transplante de medula óssea para que os pacientes não se deparem com a doença novamente. Por esse motivo, Drica precisou ser convencida por seus médicos de que o procedimento será necessário. Ela ficou apreensiva, chegou a chorar, mas já está pronta para enfrentar essa etapa. No caso da atriz, embora tenha seis irmãos, a equipe que a assiste no Rio já contatou um doador com grande porcentagem de compatibilidade com o sangue dela. Conversamos com o dr. Celso Massumoto, hematologista e oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, que falou sobre esse procedimento:


                  Doador e compatibilidade

 ''A medula que vem de irmã ou irmão de mesmo pai e mãe tem 30% de chance de ser totalmente compatível com o receptor. Mas quando não se encontram 100% de compatibilidade, há um banco de medula e, quando se faz necessário, a equipe recorre a esses registros e encontra na internet. No Brasil, estamos chegando a um milhão de doadores cadastrados no chamado Redome, que significa Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea.''


          Preparação e execução

''O paciente se submete à quimioterapia e radioterapia por volta de sete dias antes da infusão da medula no sangue. O transplante da medula é enxertado por meio de um catéter em uma veia do pescoço. A medula circula na corrente sanguínea e segue para o osso, que é o lugar dela. Esse processo se chama 'homing', que seria a volta para casa.''


          Quartos especiais

 ''O paciente fica cerca de 21 dias no hospital. São enxertados 10% da medula, já que não dá para tirar toda a medula de um ser humano. Nesse período, quando a medula se instala no osso, ela cresce e se multiplica. Durante essa fase, o paciente tem de receber transfusão de sangue a cada três ou quatro dias combinada com antibióticos. Os quartos são especiais, com ar condicionado filtrado para bloquear as bactérias.''

        Pós-transfusão

 ''Há o uso de drogas que evitam que a medula reaja contra o próprio paciente. É para diminuir a doença de enxerto contra hospedeiro, que é a forma certa de se dizer em vez de rejeição. Por mais que a medula seja compatível, como é de outra pessoa, ataca o corpo. Isso é comum, mas hoje existem remédios que aliviam os enjoos e outros sintomas mais fortes.''

          A cura

 ''O acompanhamento é de cinco anos. Se a doença não aparecer mais, pode-se considerar que ela está curada.''

Fonte: Contigo!

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