Nós, os fluminenses do lado de cá da Baía

A cidade do Rio de Janeiro vai ser palco, até 2016, de grandes eventos esportivos, como o jogo de abertura e outras partidas da Copa do Mundo, a Olimpíada Militar e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. É natural que o governo do estado, em parceria com a prefeitura e o governo da União, se dedique a preparar a cidade para receber tais empreendimentos esportivos, dois dos quais, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, considerados dos mais importantes do planeta.

Ninguém de bom-senso haverá de negar apoio a ao esforço para que o Rio esteja a altura de acontecimentos de tamanha monta. Que as atenções se voltem para estes eventos, mas sem que ocorra o perigo de se deixar em segundo plano outras ações e investimentos também fundamentais para a população fluminense.

Refiro-me, por exemplo, à Linha 3 do Metrô, que ligará Niterói a Guaxindiba, em São Gonçalo e, num passo seguinte, a Itaboraí. A obra, anunciada tantas vezes e ainda não iniciada, será essencial para o transporte de passageiros numa região que terá a população duplicada em poucos anos devido à entrada em funcionamento, em quatro ou cinco anos, do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), a maior obra da história da Petrobras.

Do jeito que estão as coisas, o trecho da BR 101 entre a Ponte Rio-Niterói e Itaboraí já se transformou em avenida. Imaginemos, então, como ficará a rodovia quando o Comperj e as fábricas de plástico que ele atrairá estiverem em pleno funcionamento, se não houver os trens do Metrô para dar vazão às centenas de milhares de pessoas que circularão neste novo e gigantesco pólo de desenvolvimento.

É fundamental, portanto, que as obras da Linha 3 sejam logo iniciadas, assim como as que permitirão a ligação, por barcas, entre Rio e São Gonçalo. A via marítima comporá a solução para dar eficiência e dignidade aos meios de transportes na região do estado que já registra estupendo crescimento, inclusive na área habitacional.

Outra obra que não podemos deixar parar é a do Arco Rodoviário Metropolitano, ligando Itaboraí ao Porto de Itaguaí através da Baixada Fluminense. Acontece, porém, ela está a passo de cágado num dos seus primeiros trechos, o da duplicação das pistas entre Itaboraí e Magé.

Temos, portanto, de ficar atentos, para impedir que novos e benéficos interesses destinados ao estado e à cidade do Rio de Janeiro interrompam o que deve ser implementado em outros setores e áreas geográficas. Não estamos discutindo a validade de uma linha do Metrô para a Barra da Tijuca, a despoluição das lagoas daquele bairro ou a reforma e construção de estádios, mas sim pleiteando que seja mantido - e realizado - o que estava previsto antes.

Vivemos um período invejável na história sócio-econômica do Rio de Janeiro, com a previsão de investimentos que ultrapassam a casa dos US$ 100 bilhões. Que nossas autoridades administrem este momento com o máximo cuidado, para que todas as oportunidades sejam aproveitadas.

Vamos, assim, delas exigir que contemplem o todo, que nada esqueçam, para que nós, do Estado do Rio de Janeiro, deixemos, em breve, o que ainda existe de subdesenvolvimento e possamos, com isso, abraçar um futuro radioso.



*Audir Santana é deputado estadual (PSC)

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